Ouço o suspiro da jovem à chamada do amor, o choro da
criança que recém nasceu, o ruído de freios, o grito de “assalto”, o estampido
do tiro, o baque do corpo, o gemido da mãe, mais um que morreu!
Ando pela noite tão calma e serena, sob um céu estrelado, e
mil namorados, que vejo sonhando, vivendo as horas suaves de quem quer amar! Também
olho outros, em grupos, passando arredios, gritando a provocar, tentando
agredir.
Tenho à frente um rosto, de homem, do campo, bem simples, a
quem toda vida, por mais que lhe dê, jamais vai mudar, por tempo que viva, a
forma tão bela que o mundo ele vê!
Vejo na vida de hoje, nos seres que existem, naquilo que
fazem, na forma que vivem, distância tão grande do que gostariam, do que muito
sonharam. Alguns trabalhando, alguns a flanar, alguns a viciar-se. Será isto
viver?
Sinto que o “mundo do agora”, de homens cientistas, crianças
precoces, com grandes artistas, com tantos progressos, com tudo instantâneo,
não gera alegrias. É feito de lutas, é cheio de mágoas!
Penso na crença dos jovens, de outros mais velhos, mulheres
e homens, tentando algum dia, se entenderem melhor, esquecendo rancores, talvez
por vivência, buscando na terra um mundo melhor!
Penso em nascermos de novo, onde possa haver paz, com gente mais
gente, sem pobres, sem ricos, poder ver nossos filhos crescendo a brincar,
viverem amando, amar sendo amados, e olharem o mundo amando viver!
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