Não é
possível medir quem entristece mais quando ocorre uma separação. Difícil
definir, de forma clara, se o homem ou a mulher. Mas, predominantemente, é
aquele que se sentiu deixado, e não necessariamente aquele que teve a
iniciativa de afastar-se. Em muitos casos, o que toma a iniciativa é o que mais
está ferido pelo outro. Atingiu seu limite de suportar e resolve romper. Mas é,
ao mesmo tempo, o que mais sofre, porque, às vezes, sentiu-se abandonado antes
da separação, e esta foi apenas um corolário dos fatos que vinham vivendo.
O que
estiveram buscando casais que, mesmo se amando, permitiram que o convívio fosse
perdendo a emoção? Amor não é algo que se possa ou deva medir pela segurança
que inspira. Ao contrário, possui algo de aventura, que ajuda a evitar as
desventuras. É mais baseado nas descobertas mútuas do que na predisposição a
aceitar o passar dos tempos. Assim, quando um dos dois tenta mudar e não
encontra respaldo, a frustração tende a ser enorme, gerando o retorno à
mediocridade, e não ao romantismo.
Só se é
cativo daquele que nos merece. Quando isto não ocorre, e nos libertamos da
servidão, estamos prontos para amar de novo, mais sábios, mais fortes, e mais
inteiros. E, quando este momento chegar, tenhamos consciência de que cada
pessoa expressa seu amor de uma forma, a seu modo, nos limites de sua percepção
e capacidade, nem sempre com a mesma efusão, mas relacionado às próprias
necessidades e descobertas. Amar é um constante exercício de descobrir. E nem
todos buscam com a mesma intensidade.
É comum
haver pessoas que se sentem com o direito de buscar a felicidade,
principalmente quando incapazes de enfrentar as pressões de uma vida comum, em
que o companheirismo, o respeito e a dignidade não estão mais presentes. Não é
necessário que existam brigas e discussões para que isto seja uma realidade.
Muitas vezes o silêncio, o calar perante situações de revolta ou mal-estar pode
ser um perigoso inimigo do casal. As dores acumuladas um dia explodem, como um
vulcão, em proporções que não permitem novas oportunidades.
Amar
é querer que sejamos o que somos, ainda que possamos melhorar. Amar é
alegrar-se com o crescimento de quem se ama, sem desejar que se torne igual a
nós. Amar é incentivar idéias, sonhos, individualidade e futuro. Amar é andar
junto pelo prazer de se acompanhar, sem obrigações e sem cobranças.
Amor não
deve estar limitado por palavras ou exigências. Como é sempre composto por dois
lados, precisa ser livre e forte, brotar sem esforço e sem limites, não exigir
horários e contrapartidas, e, no entanto, por contraditório que pareça,
manter-se equilibrado, cada um dos lados a dar de si, de forma que incentivando
o parceiro a dar ainda mais. E, sem esquecer que é preciso, em primeiro lugar,
amar a si mesmo, respeitar-se, admirar-se e ter confiança, componentes básicos
do amor.
Adorei esse pai!!! Fala muitas verdades!!
ResponderExcluirAmar não é fácil! Principalmente achar a medida de "continuar se amando" quando se está apaixonado por outra pessoa..
Mas sempre vale a pena amar sem medo! Melhor viver uma vida "correndo riscos" no amor do que nunca vivê-lo!