“Talvez esteja na hora de pensarmos nos modos e nas forças do amor.
Para muitos, a idéia de que o amor é uma possibilidade real traz esperanças a
uma vida que, do contrário, seria vazia. O respeito mútuo, a delicadeza, a
bondade, e a confiança, podem, por acaso, abalar um relacionamento? O amor tem
o poder de unir sem tirar a dignidade de outra pessoa, sem roubar seu próprio
eu. O amor mantém a soberania e coloca tudo acima de ideologias ou raças. É o
amor que fornece energia necessária para sobrepujar problemas e amainar
desesperos”. (Leo Buscaglia, Escritor ítalo – americano)
Todos os conceitos sobre amor e
vida, sejam os herdados dos chineses, dos povos da Índia, do Taoísmo, do Japão,
apenas para citar alguns dos mais difundidos até hoje, abordam com detalhes o
sexo e o prazer dele advindo como fontes inesgotáveis do equilíbrio, da
satisfação e impulsionadores de longa vida e permanência dos casais. E, sem
exceção, indicam que o homem deve ser o responsável maior pelas preocupações em
conseguir que a mulher sinta-se preparada e disposta.
O fascínio pelo sonho de um amor eterno continua
presente em homens e mulheres de todo o planeta. Mas, ao contrário do que
desejariam os que embarcam no sonho, a união perfeita, com freqüência, dá
origem a todo tipo de processos de separação e divórcios, que lotam as varas
cíveis e os consultórios de psicólogos e psiquiatras. Como explicar, então, o
fato de que os casamentos continuam em alta, ao mesmo tempo em que as
estatísticas apontam para um número cada vez maior de separações?
Sem emoção e cumplicidade entre os parceiros, o
casamento se transforma num contrato a ser cumprido, onde as partes já não se
dão ao trabalho de perceber os sentimentos e desejos do outro. Faltam amor e
sabedoria na receita desses casamentos, onde os ingredientes colocados na
relação não satisfazem às expectativas da vida a dois. Este quadro de
frustrações, ressentimentos e falta de comunicação é o cenário perfeito para o
princípio dos desentendimentos.
Que
cada um deixe o ressentimento de lado e assuma a sua parcela na
responsabilidade pelo fato. Ter consciência das próprias atitudes é o melhor
modo de se tornar capaz de agir a seu favor. Onde foi que você deixou de
investir na relação, tornou-se mais preocupada(o) com a vida prática, se
descuidando da importância do sexo e do entendimento entre vocês?
Você,
mulher, torne-se novamente sedutora, e busque reconquistar o relacionamento a
cada dia. Faça uma auto-análise e perceba em que andou falhando. Proponha-se a
mudar o seu comportamento negativo sem medir esforços para isso.
Você,
homem, seja autêntico, tenha consciência de que é o responsável pelas suas realizações.
Nenhuma mulher consegue atender “todas” as expectativas do homem. Coloque o
orgulho de lado, abandone o machismo e não se deixe abater por preconceitos.
Assuma a sua parte nessa situação e se proponha a recomeçar. Onde foi que você
deixou de entrar em contato com os sentimentos da sua mulher, de dar-lhe
carinho e atenção, ou de seduzi-la antes e além de fazer sexo?
Amor
só pode funcionar quando abrimos mão de normas que continuam a nos paralisar. É
preciso desafiar os preconceitos, que classificam o amor como uma tolice
romântica, idealista, não intelectual. Precisamos buscar e aceitar o amor, como
uma força universal, algo que unifica e promove o bem, acessível a todos que,
de fato, o desejarem. Se conseguirmos perceber que o amor tem o poder de
afastar mesquinharias que separam as pessoas, que é possível descobrir, através
dele, que todos têm um coração, teremos dado o primeiro passo para a busca da
felicidade e do entendimento.
Muitos são os ricos e os famosos que não viveram o
verdadeiro amor. Terão deixado seu nome em autógrafos e documentos, mas,
certamente, viveram emoções menores do que aqueles que escreveram seus nomes em
alguns poucos corações, mas que guardaram lembranças vívidas e nítidas dos
momentos de amor em que tomaram parte. Estas sim são lembranças que ficam
gravadas de forma indelével, permanecendo ao longo dos tempos.
Romances são exemplos significativos do poder de
amar. Porque nos levam a entender que palavras como desespero e impossível não
têm significado quando se ama. O amor transcende parâmetros sociais e
religiosos, com o que, passar pela vida, sem viver um verdadeiro amor, é abrir
mão de uma das experiências mais desafiadora, mas também mais satisfatória da
existência humana. Nós, humanos, temos uma instintiva necessidade de conviver.
E, por estarmos sempre rodeados de gente que conhecemos casualmente, ou fruto
de convívio fortuito, chamamos a uns de amigos, a outros de amor, quando são
apenas conhecidos.
Ter um amigo, desfrutar de um amor, é diferente. É
algo mais sagrado. Implica no conhecimento, no compromisso de duas pessoas,
mesmo que por um período de tempo, através do convívio com conflitos, alegria,
infelicidade e mudanças. Implica em esforço constante, cuidado e atenção. E, a
maioria das pessoas, ainda que não o aplique, sabe que a melhor forma de ter
amigos é sendo amigo. A melhor forma de encontrar o amor é dando amor. Mas que
é necessário trabalhar com afinco para identificar e fortalecer os elos destas
correntes.
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