Vivemos tempos modernos. O mundo passa
por mudanças instantâneas, o comportamento de todos é globalmente divulgado, os
costumes se alteraram, a cada geração há mais liberdade, no entanto,
continuamos a ter grande quantidade de casais que vivem sob um manto de
hipocrisia, às vezes de ambos, às vezes de um, tolerado pelo outro, às vezes
devido aos medos que ainda existem quanto a sermos julgados por aqueles que nos
rodeiam.
Mas, como saber se aquele que nos julga
é exemplo do que busca transmitir como conceitos? Como verificar se há
autenticidade entre aquilo que diz e aquilo que faz. É comum, de certa forma,
nos surpreendermos quando, de repente, um dia, ficamos sabendo que, pessoas que
ditam lições de moralismo, são, na verdade, os mais libertinos.
Quantas são as mulheres recatadas que conhecemos, a quem já flagramos, sem
querer, em “atitudes dúbias”?
E quantos homens “sérios” no convívio
tradicional, já nos chocaram com o conhecimento de seus casos amorosos que
causaram espanto? Como saber em que ponto está a medida certa para o viver bem?
Como saber até onde podemos ir, na busca da felicidade entre duas pessoas? Como
medir nossos limites no prazer? Como determinar o que seja certo ou errado
entre dois seres que se amam, e que escolheram seguir junto seu caminho?
E como fazê-lo sem cair na rotina e na
mesmice de, dia após dia, repetir cenas já vividas? Ninguém possui uma receita
exata, mas podemos considerar que é importante buscar. Não há uma lei que
defina o segredo. A única lei entre duas pessoas é que tudo é valido, tudo pode,
desde que proposto e aceito pelos dois. A vida se apresenta igual para todos.
Porque alguns conseguem ser mais felizes que outros?
Quiçá porque tenham a coragem de
encarar barreiras, de romper preconceitos, de inovar no amor e em suas formas
de vivê-lo. Não devemos, necessariamente, nos sujeitar à hipocrisia que já
reinou por muitos anos e por muitas gerações. É preciso que tomemos
iniciativas, que tentemos entender os anseios uns dos outros, que provoquemos
nossa tendência à acomodação. Que dialoguemos a respeito de necessidades, de
desejos, de fantasias e de sonhos, por mais que soem como surreais.
“Eu só conheço mulher louca. Pode ser
exagerada, maníaca, dramática, fantasiosa, apaixonada, delirante. E fascina a
todos! Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a idade
que tenham. E nossa insanidade tem nome. Chama-se vontade de viver, até a
última gota! E, santa, fica combinado, não existe. Mulher que só reze, que
tenha desistido dos prazeres e inquietudes, que não deseje mais nada? Só se for
louca de pedra! (Martha Medeiros, Psicóloga, colunista da Revista de Domingo,
jornal O Globo).
“Estar solteira, não significa que não
estou apaixonada. Se não estiver sempre amando, eu morro! Acho que o homem
ideal é bem-humorado, gentil, que te abre a porta do carro, puxa a cadeira para
você sentar, lembra datas. É tolerante, flexível, investe na relação. Nosso
tempo é agora! A cada dia, a cada momento, quero aproveitar tudo! Sem ter medo
de envelhecer. Isso está na cabeça de cada um.” (Glória Maria, repórter e
apresentadora da TV Globo)
“As grandes paixões são eternas por suas
dificuldades, e quanto maiores os obstáculos, mais sólido seu resultado final.
Crises podem ser a melhor ferramenta para o conhecimento mútuo. Os casais
discutem para se amar. Quando há sinceridade as pessoas se mostram como são,
com seus defeitos e preferências. É preciso discutir com a pessoa amada,
objetar com o mesmo entusiasmo com que se apóia. Consome-se muito carvão para
fazer funcionar uma locomotiva, Sem fogo, não há energia suficiente para
arrastar os pesados vagões da existência.” (Alberto Goldin, Psicanalista,
colunista da Revista de Domingo, jornal O Globo).
Viver pode ser muito simples, se
evitarmos desejar ser o que não somos, mas pode ser mais simples ainda, e mais
gratificante, se aprendermos a nos dar um pouco mais, e dialogarmos para
sugerir o que buscamos e esperamos uns dos outros. Para isso, temos que admitir
nossos instintos e tentar não esconder o lado “animal” que carregamos, o que
não quer dizer afrontar com a rudeza, mas aceitar-nos e mostrar-nos como somos,
no mais íntimo de nossos sentimentos e reações, expondo todas nossas
fragilidades e virtudes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário