terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O Amor e os Tempos Modernos


Vivemos tempos modernos. O mundo passa por mudanças instantâneas, o comportamento de todos é globalmente divulgado, os costumes se alteraram, a cada geração há mais liberdade, no entanto, continuamos a ter grande quantidade de casais que vivem sob um manto de hipocrisia, às vezes de ambos, às vezes de um, tolerado pelo outro, às vezes devido aos medos que ainda existem quanto a sermos julgados por aqueles que nos rodeiam.

Mas, como saber se aquele que nos julga é exemplo do que busca transmitir como conceitos? Como verificar se há autenticidade entre aquilo que diz e aquilo que faz. É comum, de certa forma, nos surpreendermos quando, de repente, um dia, ficamos sabendo que, pessoas que ditam lições de moralismo, são, na verdade, os mais libertinos. Quantas são as mulheres recatadas que conhecemos, a quem já flagramos, sem querer, em “atitudes dúbias”?

E quantos homens “sérios” no convívio tradicional, já nos chocaram com o conhecimento de seus casos amorosos que causaram espanto? Como saber em que ponto está a medida certa para o viver bem? Como saber até onde podemos ir, na busca da felicidade entre duas pessoas? Como medir nossos limites no prazer? Como determinar o que seja certo ou errado entre dois seres que se amam, e que escolheram seguir junto seu caminho?

E como fazê-lo sem cair na rotina e na mesmice de, dia após dia, repetir cenas já vividas? Ninguém possui uma receita exata, mas podemos considerar que é importante buscar. Não há uma lei que defina o segredo. A única lei entre duas pessoas é que tudo é valido, tudo pode, desde que proposto e aceito pelos dois. A vida se apresenta igual para todos. Porque alguns conseguem ser mais felizes que outros?

Quiçá porque tenham a coragem de encarar barreiras, de romper preconceitos, de inovar no amor e em suas formas de vivê-lo. Não devemos, necessariamente, nos sujeitar à hipocrisia que já reinou por muitos anos e por muitas gerações. É preciso que tomemos iniciativas, que tentemos entender os anseios uns dos outros, que provoquemos nossa tendência à acomodação. Que dialoguemos a respeito de necessidades, de desejos, de fantasias e de sonhos, por mais que soem como surreais.

Eu só conheço mulher louca. Pode ser exagerada, maníaca, dramática, fantasiosa, apaixonada, delirante. E fascina a todos! Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a idade que tenham. E nossa insanidade tem nome. Chama-se vontade de viver, até a última gota! E, santa, fica combinado, não existe. Mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres e inquietudes, que não deseje mais nada? Só se for louca de pedra! (Martha Medeiros, Psicóloga, colunista da Revista de Domingo, jornal O Globo).

Estar solteira, não significa que não estou apaixonada. Se não estiver sempre amando, eu morro! Acho que o homem ideal é bem-humorado, gentil, que te abre a porta do carro, puxa a cadeira para você sentar, lembra datas. É tolerante, flexível, investe na relação. Nosso tempo é agora! A cada dia, a cada momento, quero aproveitar tudo! Sem ter medo de envelhecer. Isso está na cabeça de cada um.” (Glória Maria, repórter e apresentadora da TV Globo)

As grandes paixões são eternas por suas dificuldades, e quanto maiores os obstáculos, mais sólido seu resultado final. Crises podem ser a melhor ferramenta para o conhecimento mútuo. Os casais discutem para se amar. Quando há sinceridade as pessoas se mostram como são, com seus defeitos e preferências. É preciso discutir com a pessoa amada, objetar com o mesmo entusiasmo com que se apóia. Consome-se muito carvão para fazer funcionar uma locomotiva, Sem fogo, não há energia suficiente para arrastar os pesados vagões da existência.” (Alberto Goldin, Psicanalista, colunista da Revista de Domingo, jornal O Globo).
 
Viver pode ser muito simples, se evitarmos desejar ser o que não somos, mas pode ser mais simples ainda, e mais gratificante, se aprendermos a nos dar um pouco mais, e dialogarmos para sugerir o que buscamos e esperamos uns dos outros. Para isso, temos que admitir nossos instintos e tentar não esconder o lado “animal” que carregamos, o que não quer dizer afrontar com a rudeza, mas aceitar-nos e mostrar-nos como somos, no mais íntimo de nossos sentimentos e reações, expondo todas nossas fragilidades e virtudes.

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