As pessoas, de certa forma, sentem-se
presas umas às outras.
Enquanto caminham juntas pouco percebem
que nem sempre mantém o mesmo ritmo, os mesmos ideais, a mesma forma de ver o
futuro. Em algum momento, difícil precisar qual seja, começam a notar as
diferenças que se transformam em obstáculo perante o dia-a-dia. O peso do que
cada um vai assimilando a seu modo, os pensamentos e conclusões obtidos
separadamente acumulam-se levando à discórdia.
Como saber o que vai na mente do amado,
quando, mesmo próximo fisicamente, sua palavra não retrata os devaneios? Como
descobrir a carga emocional, os traumas, as emoções vividas por cada um até o
dia em que encontra seu parceiro? Com base em que, ter a fórmula para caminhar
pelo caminho sonhado pela pessoa que um dia se transforma na parte principal de
nosso convívio?
Quais mistérios definem o entrosamento
de uns e a dificuldade de bem conviver de outros? Que limites tem a tolerância
de cada um frente às exigências e expectativas de vida do outro? Com base em
quê definir os limites de liberdade e iniciativa, a partir do momento em que
duas pessoas encaram a vida como um desafio conjunto? Aquilo que parece simples
para uns mostra-se tremendamente complicado e difícil para outros.
Casais vivem, por vezes, toda uma vida
aparentando desentendimento, mas provando disporem de algum segredo que os
mantém juntos, apesar de darem a impressão de que cada dia poderá ser o último
de seu convívio. Outros, apaixonados, parecendo feitos sob medida, ao sinal do
primeiro contratempo vêm morrer o amor, como que mantido até então por
substância volátil, sujeita à dissolução ao menor estremecimento. Cultura,
afeto, sexo, maturidade, desprendimento?
É preciso tentar encontrar encontrar o fio da meada. O que leva, por vezes, aqueles que se
jogam cheios de espontaneidade no amor a não alcançarem a felicidade? Em que o
autêntico, o entusiasmado, o livre de preconceitos fica a dever quando busca
sofregamente o parceiro com que sonhou? Aonde o motivo de a mediocridade e o
cálculo servirem para manter unidas pessoas cujos sentimentos foram diluídos
pelo convívio? Qual a causa maior da fragilidade dos valentes?
Aonde está o certo e o errado no amor? Haverá
o certo e o errado? Para outros, felizes que vivem, nunca será necessário buscar
estas razões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário