terça-feira, 2 de julho de 2013

Caleidoscópio ( sobre uma separação)


As pessoas, de certa forma, sentem-se presas umas às outras.

Enquanto caminham juntas pouco percebem que nem sempre mantém o mesmo ritmo, os mesmos ideais, a mesma forma de ver o futuro. Em algum momento, difícil precisar qual seja, começam a notar as diferenças que se transformam em obstáculo perante o dia-a-dia. O peso do que cada um vai assimilando a seu modo, os pensamentos e conclusões obtidos separadamente acumulam-se levando à discórdia.

Como saber o que vai na mente do amado, quando, mesmo próximo fisicamente, sua palavra não retrata os devaneios? Como descobrir a carga emocional, os traumas, as emoções vividas por cada um até o dia em que encontra seu parceiro? Com base em que, ter a fórmula para caminhar pelo caminho sonhado pela pessoa que um dia se transforma na parte principal de nosso convívio?

Quais mistérios definem o entrosamento de uns e a dificuldade de bem conviver de outros? Que limites tem a tolerância de cada um frente às exigências e expectativas de vida do outro? Com base em quê definir os limites de liberdade e iniciativa, a partir do momento em que duas pessoas encaram a vida como um desafio conjunto? Aquilo que parece simples para uns mostra-se tremendamente complicado e difícil para outros.

Casais vivem, por vezes, toda uma vida aparentando desentendimento, mas provando disporem de algum segredo que os mantém juntos, apesar de darem a impressão de que cada dia poderá ser o último de seu convívio. Outros, apaixonados, parecendo feitos sob medida, ao sinal do primeiro contratempo vêm morrer o amor, como que mantido até então por substância volátil, sujeita à dissolução ao menor estremecimento. Cultura, afeto, sexo, maturidade, desprendimento?

É preciso tentar encontrar encontrar o fio da meada. O que leva, por vezes, aqueles que se jogam cheios de espontaneidade no amor a não alcançarem a felicidade? Em que o autêntico, o entusiasmado, o livre de preconceitos fica a dever quando busca sofregamente o parceiro com que sonhou? Aonde o motivo de a mediocridade e o cálculo servirem para manter unidas pessoas cujos sentimentos foram diluídos pelo convívio? Qual a causa maior da fragilidade dos valentes?

Aonde está o certo e o errado no amor? Haverá o certo e o errado? Para outros, felizes que vivem, nunca será necessário buscar estas razões.

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