(2002)
Olhos vivos, muitas cores, descobrindo campos, flores,
olhos pequenos, audazes, olhos curiosos, vorazes,
olhos feitos de esperança, os olhos de uma criança!
Olhos espertos, atentos, de quem vê, encara ventos,
olhos tristes, contém mágoa, pelo que a vida reserva.
Os olhos da juventude, portando vida, inquietude!
Olhos fortes, penetrantes, percebendo descaminhos,
em que nós, homens errantes, procuramos nossos ninhos.
Que choram, que entristecem, de jovens que amadurecem!
Olhos meigos que acalentam, que reprendem, nos violentam,
nos acompanham no escuro, encaram a vida, tudo.
Não pedem, dão sempre mais, os olhos de nossos pais!
Olhos fortes, companheiros, voltados na direção,
que caminhamos, fagueiros, precisando de uma mão.
Velhos olhos, tempo antigo, os olhos de um amigo!
Olhos muitos, de mil tipos, não me furtaram da dor.
me ampararam, ajudaram, trouxeram paz sem rancor,
enxugaram meu chorar, ensinaram-me a lutar!
Então adulto, a vagar, caminhando a procurar,
encontrei estes dois olhos, penetrantes, sol, calor,
teus olhos, que sem falar, me descobriram o amor!
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