quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Divagando sobre o Amor (I)


As grandes paixões são eternas por suas dificuldades, e quanto maiores os obstáculos, mais sólido seu resultado final. Crises podem ser a melhor ferramenta para o conhecimento mútuo. Os casais discutem para se amar. Quando há sinceridade as pessoas se mostram como são, com seus defeitos e preferências. É preciso discutir com a pessoa amada, objetar com o mesmo entusiasmo com que se apóia. Consome-se muito carvão para fazer funcionar uma locomotiva, Sem fogo, não há energia suficiente para arrastar os pesados vagões da existência.” (Alberto Goldin, Psicanalista, colunista da Revista de Domingo, jornal O Globo).


Talvez esteja na hora de pensarmos nos modos e nas forças do amor. Para muitos, a idéia de que o amor é uma possibilidade real traz esperanças a uma vida que, do contrário, seria vazia. O respeito mútuo, a delicadeza, a bondade, e a confiança, podem, por acaso, abalar um relacionamento? O amor tem o poder de unir sem tirar a dignidade de outra pessoa, sem roubar seu próprio eu. O amor mantém a soberania e coloca tudo acima de ideologias ou raças. É o amor que fornece energia necessária para sobrepujar problemas e amainar desesperos”. (Leo Buscaglia, Escritor ítalo – americano) 
 

Por outro lado, os homens, dos mais jovens aos mais vividos, têm demonstrado sentirem-se despreparados, em parte, para acompanhar a nova mulher, que é uma realidade, e que está ao seu lado. Denotam algo que soa como certo medo, surpresa, dificuldade em saber como comportar-se perante ela. Ora se tornam mais agressivos, ora rotulam a mulher sob um tom crítico acima da realidade, ora tentam desfrutá-la, ora agradá-la. Mas, sem dúvida, encarando uma insegurança que prejudica o relacionamento.

 
Não assimilaram, alguns, talvez a maioria, que a mulher de hoje tem mais iniciativa, é mais destemida e se joga para a vida de forma mais franca. Por muito tempo o homem foi, socialmente, o dono das decisões. Era ele que escolhia a quem, para que, onde e quando. E, depois, quem impunha o que fazer e como fazer. Com a mudança dos costumes e com os novos comportamentos assumidos pelo sexo oposto, viu-se perante uma realidade na qual se sente um tanto perdido.
 

Em sua luta para reencontrar o rumo, ora abate-se, ora se revolta, ora amedronta-se e perde iniciativa. Com isso perdeu também um pouco do encanto que deveria provocar na mulher, que mesmo mais ativa, continua a esperar dele gestos e atitudes que a levem a interessar-se e sentir-se querida, protegida e enlevada. E isto levou ambos a um jogo de cobranças e expectativas que só tem tido perdedores.
 

O convívio doméstico também mudou. Hoje, na maioria das vezes, com ambos trabalhando, cuidar da casa e dos filhos passou a representar mais um ponto sobre o qual se precisa dialogar. Comumente vemos mulheres a demonstrar insatisfação com a “ausência” do companheiro. Sentem-se sobrecarregadas com compras, definição de assuntos domésticos, cuidados com afazeres relacionados à escola dos filhos e à própria arrumação da casa.
 

Por tradição, quase sempre herdada na educação recebida, os homens pouco fazem. Mas até isto está se modificando, devido às novas situações geradas com as ocupações profissionais de homens e mulheres. É preciso, através de diálogo, estabelecer uma negociação que permita chegar a novas atribuições de cada um, com o que o peso se equilibre em proporções mais igualitárias, aliviando a carga que sempre coube à mulher. Deixá-la a carregar este fardo, gera cansaço e desgaste, depois refletidos na relação mais íntima, ocasião em que a disposição não pode ser a mesma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário