Porque não entender que chegou um momento mágico?
Não olhar para o companheiro com simpatia e ajudá-lo a se descobrir,
descobrindo-nos juntos em novas e intensas sensações do amor? Não é hora de
suspeitas, dúvidas ou rejeição. Afinal, o que buscam os casais que, mesmo se
amando, permitiram que o convívio fosse perdendo a emoção? Amor não é algo que
se possa ou deva medir pela segurança que inspira. Ao contrário, possui algo de
aventura, que ajuda a evitar as desventuras. É mais baseado nas descobertas
mútuas do que na predisposição a aceitar o passar dos tempos.Assim, quando um
dos dois tenta mudar e não encontra respaldo, a frustração tende a ser enorme e
a gerar um retorno à mediocridade e ao não romantismo. Ao perceber no outro a
falta de disposição, deixa de tornar-se um amante melhor, sem entender, ou sem
conseguir dialogar sobre os porquês existentes, que levam o outro a não ensejar
mudanças. E isto é, em parte, não querer aprender a amar. É carregar um certo
medo de esforçar-se e ter paciência para melhorar. Um tipo de acomodação. E,
acomodação é uma das piores inimigas do amor maior.Vivemos em uma cultura na
qual tudo oferece possibilidades sobre “como deve ser feito”. Televisão,
computadores, informações instantâneas, publicações de auto-ajuda, manuais,
artigos, tudo nos indica caminhos para uma personalidade melhor, um corpo mais
sarado ou mais enxuto, conquistar mais amigos, comer deforma mais saudável,
desenvolver novas capacidades de assimilação, e tantas outras coisas. De certa
forma, temos disponibilidade de informações que nos levariam a tornar-nos
verdadeiros acrobatas sexuais, obtendo prazer em cada gesto, olhar ou toque.E,
a tudo isto, encaramos com naturalidade, nos julgando capazes de desenvolver
novas capacitações e habilidades, como se fossemos uma raça de fácil adaptação
a novas situações e exigências. Porque então, resistirmos à idéia de que
podemos, para nosso bem maior, aprender a amar de forma mais ampla. Nosso mundo
não seria bem melhor se melhores amantes fossemos todos? Se investíssemos neste
fim a mesma intensidade de esforços que investimos em passatempos e tantas
outras coisas menos importantes?
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