O amor é feito de toques, de
carícias, do sentir um ao outro? Sim e não. É tudo isso, mas pode ser bem mais.
O amor brota na mente, transmite nos olhos e nas palavras, e transborda e
mostra toda sua plenitude nas mãos e nas respostas do corpo. Necessitamos todos
do afago e da atenção para aprender o amor. Não sobrevivermos somente por
atender necessidades biológicas. O amor e o sexo transcendem a estas, vez que
são compartilhados com a química sensorial.A sensualidade e suas possíveis
gratificações são parte fundamental da busca e da realização da felicidade.
Nós, seres humanos, precisamos ser tocados, precisamos nos descobrir e sermos
descobertos pelos outros, precisamos nos explorar e sermos explorados, sem o
que não atingiremos nossa plenitude. Percorrer, em constante processo de
descoberta, os caminhos do amor e da sexualidade, é missão a ser aceita e
encarada. Mas, viver e desfrutar o amor e o sexo, exige lidar com verdades
mutantes a cada fase vivida e a cada etapa ultrapassada. A mentira e a
manipulação podem refletir de forma irreversível em qualquer relação, podendo
esvaziá-la ou torná-la superficial ou insuportável, algo como uma tortura
consentida. Como detectar a honestidade de propósitos e a verdadeira entrega
mútua? Como corresponder plenamente aos anseios, às fantasias e desejos mais
íntimos de cada um? Como fazê-lo de forma serena e vibrante? De maneira
gradativa e, no entanto, integral. Conseguindo que cada dia seja mais um passo
rumo à satisfação mútua?
O amor e o saber possuem mais pontos
em comum do que poderemos perceber em uma primeira vista sobre os dois. Em
ambos não há limites estabelecidos ou possíveis. Sobre ambos não podem pesar
preconceitos. E - a maior das verdades - ambos sobrevivem de descobertas e da
liberdade de buscar sempre mais.Em ambos o improviso é segredo de sucesso. A
vontade de se entregar é ponto de partida junto com a expontaneidade com que
nos dediquemos a buscá-los. É preciso se libertar de influências externas.
Temos perdido a capacidade de nos surpreender. Esquecemos de sorrir, pois
poucos sorriem. Nos limitamos nos gestos de afeto e atenção porque muitos
esquecem de praticá-los.Esquecemos de dedicar mais de nosso tempo a escutar
nosso coração e nossa intuição. Por que é que deveriamos escutar o que cada um
pensa sobre "como" ou "o que" deve ser feito? Se o amor e a
saber são tão particulares, tão ligados às sensações e necessidades
individuais? É preciso, para que nos sintamos realizados, que ouçamos o que nos
orienta a nossa necessidade de crescer e de ser feliz.E, se sentirmos alguma
coisa, permitir que este sentimento sirva de mola propulsora para que amemos
mais e mais intensamente, para que busquemos conhecer da vida e de nós mesmos,
para que acumulemos saber, sempre em busca da realização de nossos sonhos. E
isto não significa nos afastarmos dos outros. Quem ama - e amando também se
aumenta o saber - sabe que não precisa ser perfeito, mas sim ser autêntico.Não
é justo deixarmos de fazer algo levados pelo medo de não fazê-lo bem feito, ou
por temer possíveis riscos. O amor e o saber melhoram as pessoas, e isto as faz
serem uma presença agradável aos demais. E, quando somos os donos do destino de
nossa maneira de amar e do nosso saber, nos tornamos mais interessantes e mais
particulares. O que faz as pessoas melhores de conviver é aquilo que cada uma
nos passa de sua busca por ser feliz.
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