terça-feira, 25 de setembro de 2012
Porque? (meditação, em 1971)
Me perguntaram:
- Porque sorris?
- Porque tenho um ideal e luto por ele! respondi.
Perguntaram então:
- Porque choras?
Ao que disse:
- Porque sei que nem todos lutam por algo.
Continuaram:
- Consegues amar?
Respondi:
- Sim... muito. Ainda que nem sempre seja amado da mesma forma. O amor exige ser companheiro... ter cumplicidade... entregar-se sem limites, mas, ao mesmo tempo, lutar pelos mesmos anseios... algo como equilibrar-se na tênue linha dos sonhos, ainda que se viva na realidade.
- Mas és feliz? insistiram.
- Sim, porque ajudo a viver! Porque estendo a mão, tento mostrar o caminho... porque sofro todas as dores, como todos, mas luto com elas, sem permitir que minhas feridas me mudem o andar... porque olho nos olhos, e falo o que me parece precisarem, sempre que me procuram...
- E se ainda hoje fosses morrer, que mais dirias?
- Nada! respondi. Pois entendi a vida.
Então afastaram-se, e foram embora.
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