terça-feira, 25 de setembro de 2012

INSONIA (outubro de 2001)


É noite, meio de madrugada, e meu sono, que insiste em não voltar, faz com que passeies em meus pensamentos. Ora inteira, braços, sorrisos, palavras e gestos. Ora tuas partes soltas, mãos que tanto dizem de teu carinho, olhos que, sem quereres, traduzem o que já é amor.

E é leve passear por tuas imagens, como leve é conviver com tua alegria de viver. Transmites serenidade na firmeza e expontaneidade de tuas reações mais simples. E, se necessitas de apoio, o buscas tranquila, sem te dar ares de superioridade ou orgulho desnecessários.

És vivida e não fazes de tuas mágoas um peso a carregar. Sabes ser a criança que todos poderiam ser, sem a irresponsabilidade ou a inconstância, mas mantendo a doçura no afago e no olhar. És mulher! Com tua presença que irradia luz, talvez despertes ciúmes, naqueles que não sabem tê-la.

Carregas o destemor dos valentes, porque aprendeste a enfrentar, ainda que nem tudo domines, mas tens a sensibilidade de sofrer calada e te permitir o choro quando a dor é injusta e inoportuna. És companheira que grita forte, que exalta o triunfo, que canta alto, e sabe calar.

És a amiga que pega junto, que dá uma força, que sabe ouvir. Se preciso, és conselheira, se necessário sabes opinar firme, sem titubear. És, com certeza, mais do que já descobriste ser, pois és mulher e és gente.

E, neste redemoinho de lembranças, minha noite passa bom pedaço, antes de me permitir dormir novamente. Então, saio pouco a pouco de minha insonia sadia, que deita comigo toda noite para o descanso do sonho, onde, quem sabe, terei a felicidade de te encontrar novamente.... inteira, braços, sorriso, palavras.... ou tuas partes... mãos, olhos....

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