O amor por vezes é errante, em outras é conflitante, se muito louco, é alarmante, se é italiano, é cantante. Amor pode ter rompante, muito falante, gritante, pode também ser migrante, e, mesmo andante, pujante. Amor é sempre importante, com anel é cintilante, com silicone, é implante, se tem safena é transplante, se causa incêndio é queimante, só apaga com hidrante. Amor em baixa é vazante, quando trocado é mutante, no oriente médio, turbante, se houver nudez, ultrajante, sendo no hotel, de viajante. Jóia de amor é brilhante, se mal usada, pedante, no reflexo, rutilante. Amar no sol é escaldante, no gelo, arrepiante, nas alturas, estonteante, mas, quando muito ofegante, cuidado, é preocupante.
Amar pra deixar vidrado, tem que ser elaborado, pode deixar acamado, pode ser sempre cantado, no campo, praia ou banhado, pode ser muito assanhado. Mas para ser apurado, não pode ser apressado, não pode ser acanhado, tem que sentir-se atirado, ser firme, forte, malhado. Pode nascer rebuscado, vacinado a mau olhado, ser à prova de atentado, com beijo bem lambuzado. E pra quem for recalcado, quem nunca o tenha sonhado, que vive só de passado, que, ao pensar, fica suado, quer fugir, desatinado, ou quer sorvê-lo apressado, melhor ficar acordado, atento, qual acampado, para não ser desnudado, e sofrer desesperado.
Amor começa latente, no tempo, surge inocente, pode tornar-se crescente, pode ficar indecente, deixar um saldo pungente, calar, tornar-se silente, murchar, ser amor cadente, mais quente, ficar fervente, modesto, ser um servente, com dente, virar serpente, doente, ser fluorescente, e presunçoso, infringente. Amor bahiano é dolente, tem banzo, fica doente, se cantar, fica imponente, e – se calar – impotente. Amor de rico é excludente, amor de jovem, nascente, amor triste é amor dormente, amor poeta é poente, amor canalha é inclemente, do indeciso é pendente, do atrevido, imprudente, do descarado, insolente, de quem não sente, insolvente, do gago, intermitente, e o meu, remanescente!
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