segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Vida? Amor? Mudanças!


Vivemos tempos modernos. O mundo passa por mudanças instantâneas, o comportamento de todos é globalmente divulgado, os costumes se alteraram. Não devemos, necessariamente, nos sujeitar à hipocrisia que já reinou por muitos anos e por muitas gerações. É preciso que tomemos iniciativas, que tentemos entender os anseios uns dos outros, que provoquemos nossa tendência à acomodação. Que dialoguemos a respeito de necessidades, de desejos, de fantasias e de sonhos, por mais que soem como surreais.

Homens, dos mais jovens aos mais vividos, têm demonstrado sentirem-se despreparados, em parte, para acompanhar esta nova mulher, que é uma realidade, e que está ao seu lado. Denotam algo que soa como certo medo, surpresa, dificuldade em saber como comportar-se perante ela. Ora se tornam mais agressivos, ora rotulam a mulher sob um tom crítico acima da realidade, ora tentam desfrutá-la, ora agradá-la. Mas, sem dúvida, encarando uma insegurança que prejudica o relacionamento.

Em sua luta para reencontrar o rumo, ora abate-se, ora se revolta, ora amedronta-se e perde iniciativa. Com isso perdeu também um pouco do encanto que deveria provocar na mulher, que mesmo mais ativa, continua a esperar dele gestos e atitudes que a levem a interessar-se e sentir-se querida, protegida e enlevada. E isto levou ambos a um jogo de cobranças e expectativas que só tem tido perdedores.

A vida em comum, quando, na mesma casa, residir o casal com a mãe da mulher, predominantemente, é menos conflitante, pois há algum mistério, que leva a mãe a posicionar-se, muitas vezes, a favor do genro, o que não impede que se estabeleça também um conflito, desta vez entre mãe e filha. E ainda temos casos em que a companhia é de um irmão de um dos dois cônjuges, pouco pesando se é muito jovem ou adulto, mas porque não se trata de filho de um dos dois que forma o casal.

Lidar com sua presença, a partir de certa idade, em que se tornam também “adultos”, é uma arte que exige disposição, compreensão, carinho e muita paciência. Mas é possível. Apenas, há que ter-se muito amor um pelo outro, entendendo que somos - homens e mulheres - um conjunto, de parentes, filhos, irmãos e amigos. E, quando vamos viver juntos, nos dispomos a conviver com este conjunto que, normalmente, existe.

Trabalho, escola, deveres, lides domésticas, mães ou pais, filhos (os meus, os seus, os nossos), irmãos, primos, amigos, são parte de nossas vidas, uns mais, outros menos importantes, visto que o principal é conviver de forma harmoniosa, já que amar começa por cada um, em si mesmo. Buscar soluções para as dificuldades geradas em nosso dia-a-dia é função do casal, amparada que deve estar no bem querer de ambos, na vontade maior de ver o outro feliz. E talvez seja este o maior segredo: viver junto significa estar feliz porque se vê o outro feliz!

O tempero do amor, do convívio contínuo, certamente está mais na capacidade de inventar, de testar-se, e ao outro com quem vivemos, de redimensionar limites, de romper “compromissos” com impressões alheias, de fazer valer nossa intimidade, seja onde for que estejamos. Amar é estabelecer vínculos de cumplicidade acima de tudo. É entregar-se a descobertas, de si mesmo e do outro, juntos. Mas, tornar isto realidade, exige disposição e mente fértil, além de uma contínua vontade de proporcionar e desfrutar de felicidade e prazer.

Sem emoção e cumplicidade entre os parceiros, o casamento se transforma num contrato a ser cumprido, onde as partes já não se dão ao trabalho de perceber os sentimentos e desejos do outro. Faltam amor e sabedoria na receita desses casamentos, onde os ingredientes colocados na relação não satisfazem às expectativas da vida a dois. Este quadro de frustrações, ressentimentos e falta de comunicação, é o cenário perfeito para o surgimento de problemas. E, se não ocorrer de pelo menos um dos lados tomar a iniciativa de reacender a chama, tudo só tende a piorar.

Ninguém pode negar que chegamos a um ponto crítico. Entender que o mundo pode melhorar com o amor, virou zombaria. Temos que voltar a desenvolver respeito pela vida. Aumenta o número de fatalistas que acreditam termos atingido algo sem volta. Algo de óbvio deve ser admitido: os métodos convencionais para promover a paz e o bem-estar estão superados. Ao observarmos a vida de hoje, encontramos ódio, violência, preconceito e desprezo pela vida e por sentimentos mais nobres.

É preciso desafiar os preconceitos, que classificam o amor como uma tolice romântica, idealista, não intelectual. Precisamos buscar e aceitar o amor, como uma força universal, algo que unifica e promove o bem, acessível a todos que, de fato, o desejarem. Se conseguirmos perceber que o amor tem o poder de afastar mesquinharias que separam as pessoas, que é possível descobrir, através dele, que todos têm um coração, teremos dado o primeiro passo para a busca da felicidade e do entendimento.

Amar é viver de forma abrangente. Amar convida a compartilhar experiências, muito mais do que a impor concepções. Amar é desafiante, e exige ser maior. Todos buscam algo que dê maior significado às suas existências. É preciso sair de dentro de nós mesmos, intercalando nossos anseios com os anseios dos demais. Só assim poderemos nos tornar melhores amantes e seres humanos mais completos. O amor é fonte de energia, que não diminui com o uso. Ao contrário, ajuda a gerar mudanças e entusiasma quem dele desfruta.

Amar é servir de espelho. Buscar refletir traços da personalidade do outro, com uma perspectiva diferente quando preciso. E é nas dificuldades que se revelam os verdadeiros amigos, quando se constata o que, de fato, cada um está disposto a dar de si, para manter o amor e a amizade vivos. Quem ama passa forças positivas, que não cessam nem com a morte. Estas forças continuam a viver conosco, em nosso coração e em nosso pensamento, acompanhando nossos atos, idéias e decisões.

O verdadeiro amigo, o verdadeiro amor, não é substituído. Outros poderão surgir, e viveremos de novo. Mas não tomarão seu lugar, pois fazem parte de nossas mais recônditas riquezas. Em função deles passamos a ter mais o que oferecer, junto a nossos demais relacionamentos atuais e futuros. Mas não nos deixam, não esmaecem com o passar do tempo. Para isso, necessário viver com intensidade, entregando-se e envolvendo-se, sem perder de vista que o amor e a amizade, quando verdadeiros, respeitam e valorizam a dignidade de cada um.

 

 

 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Tensões! Tensões? Tensões ....


Como está sua testa, relaxada, franzida? E seus ombros, você conseguiria soltá-los um pouco? Há alguma parte de seu corpo desnecessariamente tensa? No dia a dia podemos ter tensões musculares, ou apenas psicológicas. Estas podem ser resultado de hábitos, como enrugar a testa ao falar, ou reações a situações preocupantes ou desarmoniosas. Tensões podem ser acumuladas, e podemos esperar voltar para casa para relaxar, talvez até o fim da semana.

Todo dia pode ter algo que irá nos deixar tensos. Às vezes é um problema de trabalho, no qual ficamos envolvidos por um bom tempo, e que levamos para casa. Outras vezes é uma preocupação com um filho. Podem ser também conflitos, preocupações e ansiedades com dinheiro, relacionamentos e tantos outros. O resultado disto é tensão e estresse, em níveis variados.

De fato, parece mais realista esperar que, ao longo de cada dia, passemos por situações e emoções variadas. Mas se você não tem uma alternativa para lidar com os problemas, ou precisa esperar o fim de semana para relaxar, as tensões geradas vão se acumulando no corpo. Quer testar? Observe sua testa. Está relaxada? E seus ombros? E o que dizer das tensões que você pode nem estar mais notando? Aquelas que você não conscientiza?

Há formas de relaxar, que podem variar muito de pessoa para pessoa. Alguns assistem TV, outros ficam na cama e até dormem, outros preferem atividades físicas. Desde que funcione para o propósito, não cabe questionamentos, mas, é claro que existem muitas outras que podemos levar em conta. Em vez de esperar horas ou dias, estas envolvem aproveitar pequenos momentos para relaxar o quanto for possível: se tensões se acumulam, relaxamentos também.

Muitas vezes reagimos ao que imaginamos. Assim, se você se lembrar de uma praia maravilhosa, ou de uma cachoeira fantástica, ou de uma viagem que lhe trouxe muito encantamento, você relaxa quase que como se estivesse lá. Assim, para relaxar, simplesmente pense em algo relaxante por um breve tempo. E, claro, você pode até carregar alguma foto, um livro, ou objetos, coisas que o ajudem a se reportar a estes momentos, podendo usá-los com este propósito.

E não se esqueça de usar seu tempo para si mesmo. Saia da cama uns minutos mais cedo, para meditar, ou simplesmente refletir um pouco. Não é muito difícil, e é essencial para o equilíbrio mental e emocional. Procure o mais possível estar em ambientes calmos e serenos. Ouça música suave. Quando puder conversar, faça-o com alguém que lhe some coisas positivas. Verá que o dia renderá mais. Seja feliz, e – se não for totalmente possível – pense em sê-lo, e aprenda a relaxar. A vida é feita de um dia após o outro!

 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Falta de ti!


(02. Maio. 2001)


Tentei tocar-te, não te senti. Abri os olhos e não te vi.

Viro de lado: teu travesseiro! Sem o teu rosto, sem o teu cheiro!

Fui à janela, a rua olhei. Abri a porta, não te encontrei.

Andei na praia, mil voltas dei. Voltei tristonho, só procurei.

Ouço alguns passos, corro pra ver. Outra pessoa! Nada a fazer.

Me escondo em mim, leio o jornal. Não me concentro, paro afinal.

Penso em chamar-te, com ansiedade, falar-te agora desta saudade!

Mas estou só. tudo reclamo. Constato agora quanto te amo!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Lidando com frustrações III

Devemos, todos, ser os arquitetos de nossas mudanças, de nossa evolução no amor, aceitando que isto não acontece da noite para o dia. É qual um jogo de damas. Há que se mexer uma pedra de cada vez. O importante é começar! E, a cada nova oportunidade de amor, experimentar o que já aprendido, para nos conduzirmos a um mundo melhor para nós e para aqueles que cruzem nossos caminhos. Os desapontamentos de esperanças não concretizadas podem resultar em marcas profundas. A lição é sarar feridas e não aumentá-las, interminável análise de porquês, muitas vezes não existentes.

Esperar que as coisas aconteçam por si, pode se traduzir em longas esperas. Os mistérios do amor criam em nossas mentes uma aura de magia, mas, ao mesmo tempo, de incertezas. Abra-se, então, de forma autêntica e inteira, para novas emoções. Na vida, como nas guerras, quem não arrisca, não avança. Há que se ter impetuosidade, permitir-se entregar-se aos sonhos. E neste entregar-se, importante não repetir receitas que já falharam. Existem pessoas que só aprendem a se relacionar com um tipo. Falham uma vez, e repetem seus próprios erros de escolha a cada tentativa. Como se desejando justificar-se nas falhas alheias.

Não devemos esperar sempre, nem correr com desespero atrás do que procuramos. Pode parecer um contra-senso, mas é bem assim. A pressa nos leva a não analisar, a não avaliar os riscos. Se apressados, não cuidamos de evitar que “ponham o dedo em nossas feridas”. Esperar sempre é postura falha, pois nada cai do céu. É preciso criar condições e nos apresentar para os fatos. Nada de ficar enclausurado, curtir as próprias dores. Podemos desejar ser amados. Impossível consegui-lo por todos.

Esta compreensão é que dá origem á liberdade. Não pergunte “você me ama”? Sinta-o! E não esqueça que o amor só pode ser dado livremente. Espere, e propicie momentos para que alguém lhe diga “eu te amo”. Não importa quanto o desejamos. Isto só ocorre quando se trata de uma oferta espontânea. Cobrar gestos ou palavras de carinho e devoção só gera constrangimentos e quebra de naturalidade. Se o nível de exigências for grande, grande será a dificuldade de quem se espera retribuição.

Lidando com frustrações II

As pessoas são os únicos seres vivos que acumulam problemas e têm a notável capacidade de abarcar frustrações, inclusive dos outros. Temos um gosto especial por dores, como se já não bastassem as nossas. E a capacidade de amar é influenciada por este quadro. Vivemos em um mundo cheio de conflitos, sendo inevitável não tomar conhecimento deles. Mas, enfrentá-los e resolver um problema, não significa que acabaram nossas dificuldades. Outras virão. O que há de positivo nisto é que crescemos ao enfrentar, descobrindo nosso potencial e sendo obrigados a reconhecer nossas fragilidades.

Enfrentar problemas práticos, como um defeito no automóvel, uma linha telefônica ocupada, um trânsito caótico, são comuns e geram nervosismo e por vezes frustrações. Tentar ler um manual de instruções é frustrante. E, quando procuramos por algo em uma gaveta. Porque é que sempre é a última coisa que enxergamos, por mais que esteja ao nosso alcance? Não vivemos todos estas situações? E, sempre haverá um amigo que vê tudo de uma forma mais simples que a nossa. Alguém para quem estes problemas parecem não existir.

Mas, sem dúvida, são coisas que fazem parte de nossas vidas, como a morte e os impostos a pagar. Talvez ocorra que esquecemos, no dia-a-dia, que só para a morte não há soluções. E, assim, em muitas situações em que, à nossa frente, está a saída mais lógica e tranqüila, alimentamos nossos problemas, conjeturando sobre mil possibilidades que nos criam problemas. Somos parte de uma sociedade que cultiva o difícil, que alimenta tristezas, que engrandece o ressentimento. O mesmo cuidado que temos para guardar coisas inúteis, ocupando nossos espaços, dispensamos a curtir e acumular frustrações.

E, um dia, chegaremos a um ponto em que surgem as dúvidas, sobre se dominamos nossos problemas, se os conseguimos descartar de forma prioritária, ou se são eles que nos carregam e nos abandonam ao sentir-nos pequenos e cansados. Porque é que nos perguntamos sobre o que fazemos? Porque é que nos questionamos se deveríamos fazer outra coisa? Porque é que estamos constantemente a nos questionar sobre “se isto fosse de outra forma”? Afinal, bem sabemos que o “se” é algo que não existe. Mas é um forte apelo à amargura.

Lidando com frustrações

Há um pensamento, dos mais antigos, que diz que “o que não tem solução, solucionado está”. Pode ser uma tradução simplória e um tanto cômoda, mas traz em si uma grande verdade. Se algo não pode ser mudado, mudemos nós, nos adaptando e aceitando uma situação nova. Temos que ter consciência de que dificuldades existem para todos. Não há quem viva sem enfrentar algum tipo de problema, na vida pessoal, no trabalho, no amor, em suas relações. É preciso apenas que examinemos alternativas. Quanto maior seu número, menores os riscos de não encontrarmos uma solução.

Para que isto se torne uma realidade, o tempo merece ser examinado e ganhar a importância devida. Para todos nós, o que dispomos de mais valioso é nosso tempo. É talvez a única coisa que, de fato, é irrecuperável. É importante que expressemos nossos aborrecimentos imediatamente. Uma das boas receitas para evitar que um problema se torne maior, é encará-lo de frente, sem perda de tempo. Se é natural do ser humano não gostar de esperar, porque temos o vício de deixar as soluções de nossos problemas para depois? Porque tentamos escondê-los de nós mesmos?

O passar dos tempos realmente, devido às mudanças que sofre o mundo e que sofremos nós todos, indica que algo que foi um problema já deixou de sê-lo. Mas esta não é a regra geral. Em muitas, e na maioria, das vezes, somos surpreendidos pela dimensão que algo menor tomou por não receber nossa atenção ao momento devido. E, nas relações do amor, praticar esta política pode ser fatal. Se o tempo não espera, não queiramos nós esperar por iniciativas que dependem somente de nosso querer. Reter frustrações, dúvidas, e problemas, são hábitos prejudiciais, que um dia apresentam a conta.

Como um objeto que buscamos em uma gaveta, a solução para a maioria de nossas dúvidas está muito perto de nós. Nem sempre é a que gostaríamos de encontrar, pois pode contrariar expectativas que alimentamos sobre nós mesmos, uma pessoa ou uma situação. É esta noção que nos põe perante uma impressão de “não podermos enxergar” o que procuramos. Na verdade, há momentos em que “não queremos” admitir que seja aquela a solução adequada. E, resistindo a ela, vemos o tempo consumir nossas energias e nublar nossa razão. A sensação de frustração estará instalada.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Ajudar, uma forma de Amar

Ser positivo, manter esperanças, acreditar, é uma forma de buscar e obter inspiração, que só ajuda todos a saírem de si mesmos. E é preciso vencer as desconfianças natas. Nem todos recebem com naturalidade aquilo que lhe ofertamos. Pessoas suspeitam do que julgam não merecer. Como se aceitar as comprometesse.
Alguns vivem constantemente em guarda, em uma sociedade em que desprendimento e generosidade não são o mais comum. Negar-se a receber é uma postura de defesa. É preciso saber superar a rejeição, contornar o ceticismo, tentando mostrar que o amor é algo gratuito, ainda que extremamente valioso.

Ajudar é uma das coisas mais recompensadoras. Quem ajuda, é ajudado a ajudar mais. Mas é preciso educar através da ajuda. No amor, como nas demais coisas da vida, só ajudar pode levar a estabelecer fardos a carregar. Não basta fazer, cada um, a sua parte. Há que se indicar caminhos, mostrar soluções, abrir frentes, para que cada um aprenda a caminhar com as próprias pernas. Sempre existirão necessidades. A visão de dar não deve ser estreita. Um olhar atento, uma orientação, umas poucas palavras, podem ajudar mais que muito dinheiro.

O importante não é ser visível na ajuda, mas que os seus resultados possam ser notados. Ouvir quem necessita desabafar pode significar uma ajuda inestimável. Demonstrar compreensão, auxiliar com postura paciente, não prejulgar, colocar seu tempo à disposição de quem necessita de sua presença, são formas inequívocas de comprovar amor. E o amor assim o é, quando dado, quando demonstrado em atos de carinho. Sem isso, não passará de uma mera concepção abstrata, uma palavra apenas, cuja pronúncia perderá seu real significado.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Crescer e aceitar desafios III

Poucos admitem que seja normal desejar estar só, dispor de pequenos momentos de privacidade, meditar sobre nossas necessidades e desejos, ou simplesmente divagar e sonhar um pouco. Somos impelidos a “participar”, quando temos vitais circunstâncias em que deveríamos aprofundar diálogos com nós mesmos. Ao descobrirmos, ao identificarmos nossos pontos fortes e pontos fracos, estaríamos nos preparando melhor para encarar a busca de um abrigo seguro. Não somos felizes sem os outros, mas não podemos depender totalmente deles.

Dispor de um espaço interior, só nosso, ajuda a não perdermos nossa individualidade e a descobrir nossos limites de resistência. Faz parte de nossa responsabilidade em nos tornarmos gente mais inteira, mais completa. Mais que tudo, nos leva a tomar decisões e saber escolher, sem precisar sempre incluir outra pessoa em nossas análises e opções. E, ao ganharmos esta condição, aprendemos a lidar com a solidão com menos temores e mais naturalidade. Aprendemos a gostar de nossa companhia.

Temos que saber evitar nos tornarmos vítimas de nossos medos, o que, se ocorrer, toma conta de nossas vidas. A violência existe, e pode estar contida em palavras, em gestos, em olhares, sem necessariamente se materializar em uma agressão física. Todo momento trágico merece condenação, mas não pode nos impedir de desfrutar dos prazeres da vida. Se desejarmos viver intensamente, devemos ter preparo para enfrentar os riscos. Novas pessoas que conhecemos, inevitavelmente, são por nós avaliadas pelo seu potencial de violência, e não da alegria ou prazer que poderão nos proporcionar.

Não podemos permitir que a confiança ceda lugar à suspeita. Desta forma estaremos criando obstáculos a novas conquistas de amizades, prendendo-nos às antigas. Temos que sair à rua, ainda que seja para ver pessoas. O sentimento de estar só aumenta nossos temores, nos deixa a impressão de estarmos desprotegidos, e, pior que isso, leva-nos ao isolamento. Se convivermos mais com as pessoas, estas se tornarão também mais receptivas e hospitaleiras.

Crescer e aceitar desafios II

O envolvimento de uns com outros, o convívio com familiares, amigos, colegas de trabalho e novos conhecidos, aumenta nosso círculo de interesses, e pode nos ajudar a eliminar os efeitos da solidão. Um dia todos já se sentiram desencorajados. Não podemos admitir o “não vale a pena”, o “não posso”, o “desisto”, o “fracassei”. Tratam-se de justificativas comuns de quem está desapontado ou preso a uma armadilha da vida. Basta recuperar o senso de direção, o “olfato” pela existência. Não devemos nos censurar por portar estes sentimentos, ou, por, volta e meia, já termos utilizado estas expressões.

A vida é repleta de possibilidades. Não há circunstâncias insuperáveis. Todos, os mais felizes e realizados, poderão nos narrar situações de profundo questionamento, em que seus valores e sua capacidade foram postos à prova. O verdadeiro segredo está em se comprovar que sempre temos para onde ir e a quem apelar. Cada problema terá sempre diversas soluções. Não podemos esquecer de manter o bom senso e o humor elevados. Quem tem saúde, tem alternativas. O que nos limita é nossa disposição de buscá-las. É preciso se perguntar “quem” se quer. Que tipo buscamos!

É preciso se perguntar o que se quer. É preciso se perguntar o que se precisa. E, mesmo quando se tiver a impressão de falta de coragem para enfrentar, admitir que permanecer assim não nos levará a qualquer lugar. Ao contrário, estaremos ajudando a nos encurralar. Teremos perdido tempo, energia e vida. Mais simples e, de certa forma, mais fácil, abandonar esta postura e continuar a lutar. Cada um de nós possui dons que nos distinguem dos demais. Qualidades à espera de serem reconhecidas e desenvolvidas. Devemos nos interessar por nossas idéias, desenvolvendo nossa inspiração e criatividade. As possibilidades virão.

Crescer e aceitar desafios

Em certa proporção, as mulheres ganharam o direito de estar na vitrine, mas não foram alertadas devidamente quanto ao preço que se paga pela exposição. Há uma busca frenética de auto-realização. Há uma perseguição a corpos sadios e sarados, há uma busca incessante pela graduação mais plena. Ficamos todos, homens e mulheres, escravos de nossos conceitos de marketing moderno. O consumismo chegou às relações. E nem sempre a ioga e a meditação são soluções suficientes para evitar as perdas.

É preciso que entendamos nossos limites individuais, adequando a eles os nossos sonhos e anseios. Compreender a si mesmo deve ser objetivo constante. Sem que isso nos leve a abandonar os outros, ou a senti-los menores. É difícil viver mudanças. Sempre estarão a ocorrer. Ao sentirmos que experiências nos foram negadas, ou que escolhemos o caminho errado, perdendo uma parte de nossas vidas, não podemos permitir que o desespero nos tome conta. Carregaremos sempre a sensação de perda. Mas lembrando que o processo de autodescoberta é infindável. Mas é um processo, não um objetivo.

As ferramentas necessárias estão soltas, em nós mesmos, nos outros e no mundo que nos rodeia, e do qual não podemos deixar de fazer parte. O valor das experiências é maior, quanto mais consigamos vivenciá-las junto com quem amamos, repartindo o saber, apoiando-nos mutuamente, com o que tudo adquire um significado mais amplo, de termos realizado uma “boa viagem”. Assim são os relacionamentos humanos. Fazer concessões, e o modo como são feitas, pode ter muita responsabilidade sobre as experiências no amor.

O Medo do Amar

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O Amor e a Manipulação (6)

Não devemos ter medo de amar sendo da forma que somos. A coisa mais fácil é ser como você é, como se sente ser. O difícil é tentar ser como os outros querem que seja. Mas, lembre-se, a pessoa que ama é aquela que vê a alegria de descobrir e sentír você com todas as diferenças. Tudo e todos estão sempre se modificando. O pôr do sol é diferente a cada dia. duas flores do mesmo tipo são diferentes entre si.
É preciso acreditar no aqui e no agora. Se você vive em função do amanhã, que é apenas um sonho, então tudo o que terá será uma perspectiva de sonho irrealizado. Já o passado não é mais real. Seu valor está em tê-lo feito como você é hoje. Mas este é todo o valor que possui. Então, viva o agora! E busque captar a beleza e o que há de boas sensações em cada momento vivido.
Quem ama não precisa ser perfeito, apenas humano. A perfeição assusta, ainda que devamos tentar melhorar e crescer a cada dia. Mas perfeição assusta. Teremos sempre medo de fazer algo se desejarmos fazê-lo com perfeição. O ceramista não consegue fabricar dois vasos de cerâmica iguais, ainda que busque fazê-lo. Então, não espere a aprovação total do que faz, faça! E assuma os riscos, mas também a satisfação de ter realizado algo.
O oposto do amor não é o ódio, mas a apatia. Com ela nada se sente. É preciso buscar suas formas de ser feliz. Mas isto só ocorre quando se realiza algo. E quem ama reconhece nossas necessidades, se preocupa conosco, e tenta ajudar-nos a caminhar pela vida. Busque alguém que o escute, alguém que o veja, apenas uma pessoa, mas que esteja junto de você intensamente. E será mais fácil encontrar o caminho a percorrer.